sábado, 11 de outubro de 2014

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS


Violência na escola
A charge pode ser engraçada, mas a realidade não é!

Considerando que “violência” é um conceito amplo e apresenta diversas definições, vamos nos ater a “tudo aquilo que causa desconforto à outra pessoa”, ou mais especificamente: “usar agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico”.

A palavra violência é muito ampla e por isso não possui uma única definição, daí a preferência por cita-la como causa de desconforto a outrem. Aquilo que é feito propositadamente para causar desconforto no outro, é uma forma de violência. Entendemos que isso pode acontecer em vários níveis de atuação, desde a mais simples (como desconforto psicológico), até a morte de outra pessoa, que consideraríamos o nível mais grave, pois aborta toda e qualquer possibilidade de crescimento da outra pessoa interrompendo o seu progresso ao extinguir a vida.


Passada essa breve e generalizada introdução, vamos nos ater a algumas questões da violência escolar.

A violência escolar se dá em diferentes níveis, tais como: Do corpo docente contra o corpo discente; Do corpo discente contra o corpo docente; Do corpo discente contra o corpo discente; Do corpo docente contra o corpo docente; Do Sistema Educacional Oficial contra o Aluno e do Sistema Educacional Oficial contra o professor. Quanto à localização pode ser intraescolar ou extraescolar.

A degradação do repeito do ser humano pelo próprio ser humano é notória quando vemos os acontecimentos cotidianos. Já esboçamos algumas ideias quando escrevemos “Para onde caminha a Humanidade”(Gazeta Valeparaibana, out/2013) e “Para onde caminha a Humanidade II” (Gazeta Valeparaianba, Nov/2013). Tanto professores, quanto funcionários, equipe gestora e alunos são profundamente influenciados pelo meio, ou seja, frutos da sociedade em que vivemos.

Não é preciso uma profunda reflexão para chegar à conclusão de que a sociedade atual está doente, sem rumo. E por quê? Em que momento nos perdemos e deixamos de acompanhar o progresso ético para investirmos numa louca corrida atrás de frutos utópicos da ganância na vã esperança de resolvermos nossos problemas? Difícil, pois não existe apenas uma resposta, na verdade é uma somatória de erros ao longo da construção da nossa história social.

Isto posto, vamos analisar o que ocorre e por que ocorre a violência dentro dos muros da escola. Partamos do princípio que professores também são concebidos e criados dentro desse forno chamado sociedade, portanto possui os mesmos defeitos e qualidades que os alunos. Eles não são diferentes daqueles que estão nas carteiras. O professor possui os mesmos anseios, os mesmo desejos. Se existe alguma diferença, se é que existe, ela se daria no campo da escolarização e na sua idade, considerando que o professor chegou a um estágio de conhecimento maior naquele momento.

Cabe ainda separar o aluno indisciplinado do aluno realmente infrator, ou seja, aquele que provoca um dano físico ou material. Não podemos colocá-los dentro do mesmo cesto, pois seus problemas têm origens diferentes, assim como nos professores. Nesse âmbito, só podemos concluir que a questão da violência está atrelada aos valores de sociedade dentro do nosso contexto histórico.

A violência da escola (e do Sistema Educacional Oficial) contra o aluno se dá a partir do momento em que toda e qualquer ação dialética perde seu sentido em função do destempero racional. Mas, de qualquer forma esses agentes nunca (ou quase nunca) se dariam no nível da coerção física. Neste caso, a essência é mais importante do que a forma, pois se busca através do cumprimento de regras disciplinares, que o aluno restabeleça o equilíbrio entre o que pode e deve e entre o que deve e pode e claro, entre o que não deve e também não pode. Esse tipo de confusão é muito comum na pré-adolescência e na adolescência, pois tudo colabora para o rompimento do que era na infância e o que é agora, um mundo novo cheio de sentimentos novos e novas descobertas.

Tudo isso levará, sem dúvida, o jovem a desafiar os velhos parâmetros, e que ele supõe ultrapassados e sem coesão. Isto torna, sem dúvida, um provável acontecimento banal num evento de proporções assustadoras, pois em ambas as partes estamos sujeitos a ventos e trovoadas, visto que, como dissemos anteriormente, somos frutos da sociedade me que vivemos. Cabe ao ente mais experiente a condução do processo elucidativo do aluno, ou seja, neste caso, ao professor, quer ele esteja na sala de aula ou investido no cargo de coordenador ou diretor.

No que se refere às questões extraescolares e violência, cabe ao poder público elaborar e cumprir suas políticas públicas de paz social, através do emprego, geração de renda, melhoria da qualidade do ensino oficial e aparelhamento da Assistência Social.

Por fim, no que tange à educação familiar, essa deve ser frequentemente pensada e difundida nos diferentes segmentos sociais, uma vez que a terceirização da educação aos professores só se fez confundir os devidos papéis e piorar a qualidade da escolarização. Os valores morais e éticos devem partir prioritariamente da família e da sociedade, para que o professor possa executar sua função.

Em uma sociedade de “direitos e privilégios”, precisamos discutir incansavelmente a função de cada um. Os papéis devem ser bem definidos. Não cabe ao policial educar o jovem infrator, assim como não cabe ao pai ensinar Geografia, ou ao professor ensinar “bom dia” ou “obrigado”. As questões da violência passam também pela educação e, se a educação não é bem discutida e bem definida, a violência só tende a se agravar.

Acreditamos que essa questão deva ser muito melhor debatida, esperamos em outras oportunidades desenvolver mais ideias.

Omar de Camargo
Técnico Químico
Professor em Química
omacam@gmail.com

Ivan Claudio Guedes
Geógrafo e Pedagogo
Consultor e assessor pedagógico
ivanclaudioguedes@gmail.com

Para referenciar este artigo:

CAMARGO, O.; GUEDES, I.C. Violência nas escolas. Gazeta Valeparaibana[online], São José dos Campos, 01 set. 2014. Espaço Educação. Disponível em: http://www.gazetavaleparaibana.com/083.pdf Acesso em 03 out. 2014.


Conheça o jornal Gazeta Valeparaibana:
http://www.gazetavaleparaibana.com/

2 comentários:

  1. O penúltimo parágrafo para mim diz tudo."Precisamos discutir incansavelmente a função de cada um..."E sim a violência é de dois lados.Assisti um filme e recomendo à todos: 12 homens e uma Sentença. Por incrível que pareça me lembrou uma reunião de Conselho Escolar.Se já assistiram, que bom.Com o ator Anthony Hopkins protagonizando um júri popular de doze que se opõe a todos os onze e durante o desenrolar do filme iremos notar as características de uma sociedade doentia reprimida dentro dos egos internos.E também o filme Gênio Indomável com Matt Damon. Ali vemos o conhecimento dos acadêmicos incapazes diante dos conflitos internos de um gênio indomável.Maravilhosa reflexão para nós Educadores.Interessante o texto desejaria crtl +c e crtl + V, rsrsrsrsr, do penúltimo parágrafo, darei os devidos créditos. É para por na minha página no face Iracema Correia- Ações Pedagógicas. Forte abraços para vocês.

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    1. Olá. Muito obrigado pelos comentários.
      Precisamos, sim discutir muito este tema e procurar um consenso (se é que há).
      Pode compartilhar o texto a vontade.
      Um forte abraço
      Ivan

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