domingo, 29 de junho de 2014

Após série de ataques e agressões, Limeira deve criar 'Paz nas Escolas'

Projeto desenvolverá ações pedagógicas com alunos e professores. Secretaria da Educação compõe comissão para debater o assunto.


Após uma série de agressões e conflitos registrados em unidades públicas de ensino em Limeira(SP), a Secretaria Municipal da Educação informou que formará uma comissão para elaborar o programa Paz nas Escolas, que desenvolverá trabalhos pedagógicos com estudantes e professores.
A informação consta em resposta da Prefeitura a moção de apelo apresentada pela vereadora Érika Monteiro (PT), que cobrou do Executivo a implantação de políticas públicas propositivas que levem ao fim da violência no ambiente escolar.
Desde o início do ano, ao menos quatro estabelecimentos públicos de educação registraram problemas, que foram desde ataques a bomba a agressões de estudantes e docentes (leia sobre as ocorrências abaixo).
Vereadora Érika Monteiro (PT), de Limeira (Foto: Núcleo de Multimeios/Câmara de Limeira)
Vereadora Érika Monteiro (PT) recebeu resposta
a moção (Foto: Núcleo de Multimeios/Câmara)
"O estado não encaminha soluções eficazes que garantam a nossa segurança, por isso protocolamos o documento para que o assunto ganhe cada vez mais notoriedade e sensibilize os governos a lutar pela causa", disse a vereadora via assessoria.
Na resposta, a Prefeitura relatou que a Educação está compondo uma comissão para o Paz nas Escolas. Material divulgado pela assessoria do Legislativo sobre o tema, porém, não detalha se há prazo para o projeto começar a funcionar.
Ataques consecutivos
A Escola Estadual Gustavo Piccinini, no bairro Jardim do Lago, em Limeira, foi alvo de três atentados consecutivos nos dias 24, 25 e 26 de abril. Os ataques se concentraram em uma sala do terceiro ano do ensino médio e ocorreram sempre à noite. No primeiro, barras de ferro foram jogadas na escola. No segundo, foi despejada gasolina e ateado fogo nas cortinas da sala e, no terceiro, o local foi alvo de bomba.

Estudante bonita
Também em abril, na Escola Estadual Castelo Branco, no bairro Vila Cláudia, uma adolescente de 15 anos foi agredida em um corredor na saída para o intervalo. O pai da jovem disse que ela teria apanhado por ser bonita.  A vítima teve ferimentos rosto, pescoço e traumatismo craniano. As agressoras, de 14 e 15 anos, foram apreendidas, levadas para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e posteriormente para aFundação Casa de São Paulo. A violência foi filmada por outros estudantes da escola. Em maio, no julgamento do caso, o juiz Adilson Araki Ribeiro decidiu que a agressora de 15 anos teria liberdade assistida e acompanhamento psicológico durante seis meses. Já a estudante de 14 anos foi condenada a cumprir medida socioeducativa em regime semiaberto.

Adolescente apanhou de duas alunas em escola em Limeira (Foto: Reprodução/Vídeo de celular)
Agressão de aluna na Escola Castelo Branco foi
filmada com telefone celular (Foto: Reprodução)
Capacetada
No dia 29 de abril, uma comerciante de 31 anos agrediu uma aluna de 10 anos e a diretora da Escola Estadual Maria Aparecida Soares de Lucca, no Jardim Glória. A mulher, segundo registro da Polícia Civil, foi até a instituição "tomar satisfação" sobre um desentendimento que teria ocorrido no dia anterior entre a filha dela, também de 10 anos, e a estudante agredida. De acordo com o relato de policiais militares acionados para conter a confusão, a comerciante deu um tapa no rosto da criança e chutes e capacetadas na diretora da escola.

Agressão a professora
Uma professora da Escola Municipal de Ensino Infantil Tia Nastácia, na Vila Independência, foi agredida pela mãe de um aluno de quatro anos dentro de sala de aula no dia 16 de maio. A confusão ainda envolveu mais duas funcionárias que tentaram conter a agressora. A vítima levou puxões de cabelo e arranhões. A confusão teria acontecido quando a mãe foi se queixar à professora que materiais escolares do filho estariam sumindo. No dia 19 de maio, a educadora foi transferida de escola.

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