segunda-feira, 30 de junho de 2014

Educação: uma forma de reduzir a desigualdade

(*) Francisco Carlos D'Emilio Borges




Dentre as desigualdades que marcam o país, talvez a mais vil seja a dificuldade de acesso ao ensino público de qualidade. A escola forma cidadãos e profissionais. Sem um preparo técnico adequado, sem o domínio de um ofício, sem uma profissão, não há como um jovem nascido na classe baixa ascender socialmente. Há universidades públicas de qualidade, mas o ingresso nessas instituições acaba sendo um privilégio restrito aos que tiveram acesso a um preparo adequado no ensino fundamental, o que, a grosso modo, só é obtido na rede privada. Dessa forma, não se proporciona mobilidade social por meio do trabalho.
Algo nesse cenário começa a mudar. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) destina-se à formação de profissionais. Por meio da liberação de recursos, estimula que, entre outros agentes, municípios criem cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio (TEC) e cursos e programas de formação inicial e continuada (FIC) para trabalhadores, além de contribuir com a melhoria da qualidade do Ensino Médio público.
Ao atuar dessa forma, o programa permite que as cidades destinem os recursos à qualificação de mão de obra para áreas que têm maior potencial de impacto social, seja pela oferta de vagas de trabalho, seja para atender a uma vocação econômica ou para atrair empresas de determinado segmento com profissionais capacitados.
A fim de esclarecer representantes de administrações municipais paulistas sobre as exigências e possibilidades oferecidas pelo programa, a Fundação de Apoio à Tecnologia (Fundação FAT), que há mais de 20 anos desenvolve e gere cursos em todos os níveis da educação, realizou, no dia 5 de maio, o seminário Como seu município pode se beneficiar do Pronatec. A procura foi tamanha que um novo evento teve de ser realizado, no dia 5 de junho, o qual, novamente, obteve demanda maior que as vagas disponíveis. Além das prefeituras representadas, várias outras procuraram a entidade para ter acesso às informações apresentadas.
Recursos para a educação há. O Pronatec tem como meta investir R$ 14 bilhões até o fim deste ano para atingir a marca de 8 milhões de alunos no ensino técnico e profissionalizante no país. A demanda junto à Fundação FAT sobre como usá-los mostra que os municípios paulistas buscam cumprir um de seus papéis fundamentais, que é oferecer educação gratuita de qualidade. Além de aumentar a autoestima e favorecer a ascensão social de milhares de jovens, essa iniciativa estimula a economia local, ao atrair empresas carentes de mão de obra qualificada, aumentar o número de consumidores e o seu poder de compra, o que aquece as vendas das empresas da região.

Jornal Dia  Dia - 
Artigos e Opiniões | Publicada em 30/06/2014 às 16:21:17h

domingo, 29 de junho de 2014

Após série de ataques e agressões, Limeira deve criar 'Paz nas Escolas'

Projeto desenvolverá ações pedagógicas com alunos e professores. Secretaria da Educação compõe comissão para debater o assunto.


Após uma série de agressões e conflitos registrados em unidades públicas de ensino em Limeira(SP), a Secretaria Municipal da Educação informou que formará uma comissão para elaborar o programa Paz nas Escolas, que desenvolverá trabalhos pedagógicos com estudantes e professores.
A informação consta em resposta da Prefeitura a moção de apelo apresentada pela vereadora Érika Monteiro (PT), que cobrou do Executivo a implantação de políticas públicas propositivas que levem ao fim da violência no ambiente escolar.
Desde o início do ano, ao menos quatro estabelecimentos públicos de educação registraram problemas, que foram desde ataques a bomba a agressões de estudantes e docentes (leia sobre as ocorrências abaixo).
Vereadora Érika Monteiro (PT), de Limeira (Foto: Núcleo de Multimeios/Câmara de Limeira)
Vereadora Érika Monteiro (PT) recebeu resposta
a moção (Foto: Núcleo de Multimeios/Câmara)
"O estado não encaminha soluções eficazes que garantam a nossa segurança, por isso protocolamos o documento para que o assunto ganhe cada vez mais notoriedade e sensibilize os governos a lutar pela causa", disse a vereadora via assessoria.
Na resposta, a Prefeitura relatou que a Educação está compondo uma comissão para o Paz nas Escolas. Material divulgado pela assessoria do Legislativo sobre o tema, porém, não detalha se há prazo para o projeto começar a funcionar.
Ataques consecutivos
A Escola Estadual Gustavo Piccinini, no bairro Jardim do Lago, em Limeira, foi alvo de três atentados consecutivos nos dias 24, 25 e 26 de abril. Os ataques se concentraram em uma sala do terceiro ano do ensino médio e ocorreram sempre à noite. No primeiro, barras de ferro foram jogadas na escola. No segundo, foi despejada gasolina e ateado fogo nas cortinas da sala e, no terceiro, o local foi alvo de bomba.

Estudante bonita
Também em abril, na Escola Estadual Castelo Branco, no bairro Vila Cláudia, uma adolescente de 15 anos foi agredida em um corredor na saída para o intervalo. O pai da jovem disse que ela teria apanhado por ser bonita.  A vítima teve ferimentos rosto, pescoço e traumatismo craniano. As agressoras, de 14 e 15 anos, foram apreendidas, levadas para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e posteriormente para aFundação Casa de São Paulo. A violência foi filmada por outros estudantes da escola. Em maio, no julgamento do caso, o juiz Adilson Araki Ribeiro decidiu que a agressora de 15 anos teria liberdade assistida e acompanhamento psicológico durante seis meses. Já a estudante de 14 anos foi condenada a cumprir medida socioeducativa em regime semiaberto.

Adolescente apanhou de duas alunas em escola em Limeira (Foto: Reprodução/Vídeo de celular)
Agressão de aluna na Escola Castelo Branco foi
filmada com telefone celular (Foto: Reprodução)
Capacetada
No dia 29 de abril, uma comerciante de 31 anos agrediu uma aluna de 10 anos e a diretora da Escola Estadual Maria Aparecida Soares de Lucca, no Jardim Glória. A mulher, segundo registro da Polícia Civil, foi até a instituição "tomar satisfação" sobre um desentendimento que teria ocorrido no dia anterior entre a filha dela, também de 10 anos, e a estudante agredida. De acordo com o relato de policiais militares acionados para conter a confusão, a comerciante deu um tapa no rosto da criança e chutes e capacetadas na diretora da escola.

Agressão a professora
Uma professora da Escola Municipal de Ensino Infantil Tia Nastácia, na Vila Independência, foi agredida pela mãe de um aluno de quatro anos dentro de sala de aula no dia 16 de maio. A confusão ainda envolveu mais duas funcionárias que tentaram conter a agressora. A vítima levou puxões de cabelo e arranhões. A confusão teria acontecido quando a mãe foi se queixar à professora que materiais escolares do filho estariam sumindo. No dia 19 de maio, a educadora foi transferida de escola.

Prioridade Educação: A Audiência Pública sobre Educação na Assembleia L...

Artigo do Prof. Adilson Ferreira 


Sobre a audiência pública que trata da minuta do novo Estatuto do Magistério Paulista



         Um dos meus últimos dias de férias, dia 25 de junho e fui atraído por alguns anúncios em redes sociais da existência de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo com o Secretário Estadual de Educação. Neste evento, membros das Entidades Representativas do Magistério cobrariam  o Secretário sobre a existência de uma minuta em que constava sugestões de alterações no Estatuto do Magistério Paulista fui para a Assembleia Legislativa.
          Quando lá cheguei, já por volta das 14h50min, ainda transcorria a Audiência com o Secretário Estadual de Cultura, porém o auditório estava cheio de militantes da corrente sindical que sustenta a atual presidência da Apeoesp  e alguns poucos membros de oposição.

Finalmente o PNE foi aprovado.

Finalmente o PNE foi aprovado.
Devemos comemorar? Não me parece que sim. Explico: - O plano foi concebido em 2010, com vigência decenal, ou seja, caduca em 2020. Queiramos ou não estamos à porta de 2020, resta-nos, se não me falha a matemática, 6 anos para que as 20 metas sejam implementadas. Mas, dirão os otimistas, aprovamos 10 % do PIB para a educação e, isso por si só, é uma vitória. Bom, eu não seria tão otimista assim, aliás, não estou tão otimista assim porque o famigerado 10 % do PIB não é só para a educação pública, na verdade entram nas contas as escolas privadas, conveniadas e financiamento universitário e outros.

Por mais que eu tente acreditar numa boa intenção do uso desse montante não consigo. Evidentemente, quando pararam para pensar no tanto que poderia ser utilizado (leia-se desviado) os olhos saltaram, esbugalharam-se na verdade diante dessa possibilidade.
Durante o tramite legal, o Deputado Paulo Rubens Sandiago do PDT - PE, propôs a retirada do texto base o uso para o Fies e PROUNI. Claro foi derrotado por 296 contra 118 a favor da permanência. Pergunto: - qual o interesse em  repassar para a educação privada expressiva parcela desses 10% ? Por que realmente não cuidar para que o dinheiro fosse usado exclusivamente em escolas públicas? Conhecemos ou não a penúria em que anda nossa educação? Porque não destinar, e é meta do PNE, parte desse dinheiro para a valorização do profissional da educação? Fala-se demasiadamente em aumentar o número de vagas nas creches e educação  infantil, permanência do aluno no ensino médio, etc. e virão com certeza as mais mirabolantes saídas para isso. Mas, todos nós sabemos o que vem junto a tanta discussão. Vem o desvio das verbas. Elas saem do recurso federal e de fato, chegam aos Estados e Municípios. E o que vemos a partir daí?

Merendas superfaturadas. Compra de salmão que nunca chegou à mesa do aluno, mercadorias vencidas, notas fiscais contendo uma determinada gramagem e a embalagem não corresponde. Isso para dizer uma fração do que já vimos e ouvimos. Manutenção de prédios também superfaturados, obras mal feitas que não correspondem ao preço cobrado.

Falta de fiscalização.

Evidentemente, não podemos generalizar e, de fato, existem sempre aqueles abnegados e corretos. Mas, fico pensando na farra que será ter muito mais dinheiro para tudo isso. E ainda veremos escolas sem carteiras, professores desestimulados gritando pelo seu salário( e sem serem ouvidos), Diretores sendo responsabilizados pela ineficiência de um sistema educacional que mais parece uma colcha de retalhos do que algo sério, e por falar em algo sério recentemente os Diretores de escolas se viram ameaçados com exoneração caso sua escola não atingisse a meta determinada pela Secretaria de Educação em uma minuta divulgada recentemente e depois retirada de pauta com a intervenção do sindicato que curiosamente não participou da reunião. Com certeza, mais uma jogada política na combalida atuação desse sindicato para ver se recupera um pouco a credibilidade.

Mas, voltando ao PNE, temos 6 anos para cumprir, fiscalizar e se adequar às 20 metas. No plano anterior eram 200 metas, o que por si só já era impraticável, não deu certo, claro. Esse tem só 20 metas e corremos o risco de não conseguir também, visto que de um plano decenal virou hexenal.
Só espero que não vire hexanal.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Gestão democrática no cotidiano escolar: algumas considerações

26 de junho de 2014
"A escola é um espaço privilegiado de exercício da democracia e a Educação um poderoso instrumento de transformação social", afirma Maria Dinalva da Silva Lima

Fonte: Jornal do Tocantins (TO)

A Constituição Federal de 1.988 incorpora a gestão democrática como um dos princípios que devem nortear o Ensino público. O assunto também tem sido alvo de grandes debates no cenário educacional. Renomados autores como Gadotti e Libâneo defendem a instituição de uma gestão Escolar participativa como forma de assegurar uma Educação pública de melhor qualidade.
Entretanto, a existência de uma lei, por si só, não é suficiente para garantir a participação de todos na gestão Escolar; esta é uma construção contínua e coletiva, que requer disponibilidade para promover mudanças e competência da equipe na busca por níveis progressivos de autonomia pedagógica, administrativa e financeira.
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da Escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização Escolar. Esta ocorre através da instituição de estratégias e mecanismos participativos, dentre os quais destacamos:
*Conselhos Escolares;
*Eleição direta para diretores;
*Construção coletiva do P.P.P.;
*Definição e fiscalização dos recursos financeiros da Escola pela comunidade Escolar;
*Divulgação e transparência da Prestação de contas;
*Avaliação institucional: da Escola, dos Professores, dirigentes, Alunos, equipe técnica.
Pensar e colocar em prática instrumentos e mecanismos de participação na gestão Escolar tem sido, no entanto, um grande desafio para os gestores, as Escolas e os sistemas de Ensino. Alguns dos mecanismos acima citados, já são realidade em nossas Escolas, outros ainda não, seja pela dificuldade de envolver os segmentos externos à Escola, como os pais e a comunidade, ou de romper modelos e paradigmas autoritários e opressores que norteiam a sociedade e se refletem nas práticas Escolares.
Além disso, proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da Escola com a comunidade, favorece uma aproximação maior entre Professores, Alunos e pais.
A equipe gestora tem, portanto, um importante papel na tarefa de propiciar a participação dos diversos segmentos que compõem a Escola, por meio de instrumentos eficazes que possibilitem ampliar cada vez mais o processo democrático, pois a Escola é um espaço privilegiado de exercício da democracia e a Educação um poderoso instrumento de transformação social.
*Maria Dinalva da Silva Lima é pedagoga, com especialização em Gestão Escolar e Orientação Educacional; atualmente gestora do Colégio Estadual Getúlio Vargas, em Ananás (TO).

terça-feira, 24 de junho de 2014

EccoS - Revista Científica - N. 33 - 2014

No 33 (2014)

EccoS – Revista Científica acaba de publicar seu último exemplar,
versando sobre a diversidade da pesquisa acadêmica educacional em
http://www4.uninove.br/ojs/index.php/eccos. 

Sumário

Editorial

Eccos e a diversidade da pesquisa acadêmica educacionalPDF
Antônio Joaquim Severino, Carlos Bauer11 - 14

Artigos

A Escola de Viticultura Ferreira Lapa e o associativismo regional em Torres Vedras: suas organizações e objetivos nos finais do século XIXPDF
António Francisco Baixinho17 - 41
Arte-educação como disciplina: experimentos formativos com estudantes do curso de pedagogia da Uece/FacediPDF
Ana Cristina Moraes, Rogério Adolfo Moura43 - 60
Arte-educação: uma proposta metodológica para o ensino médioPDF
Eduardo Mosaner Jr, Mônica Piccione Gomes Rios61 - 76
As relações entre a Escola Profissional Mixta de Sorocaba e a Estrada de Ferro Sorocabana – EFS (1929-1942)PDF
José Roberto Garcia, Wilson Sandano77 - 94
As atividades experimentais no ensino de ciências: construindo caminhos em busca da profissionalização docentePDF
Analice Almeida Lima, Suely Alves Silva, Virgínia Maria Loureiro Xavier, Sandra Rodrigues Souza95 - 107
Formação docente, educação e sociedade: lições da estética e da bioéticaPDF
Ada Augusto Celestino Bezerra, Elaine Duarte Santos, Liz do Nascimento Andrade109 - 124
Formação de professores em Angola: o perfil do professor do ensino básicoPDF
Francisco Caloia Hombo Alfredo, Jussara Cristina Barboza Tortella125 - 142
El tropiezo del investigador y la imagen que ve. Percepción y saberPDF
Cynthia Farina, Marcos Villela Pereira143 - 156
Políticas de formação inicial de professores, tecnologias e a construção social do tempoPDF
Lucila Pesce157 - 172
Licenciatura em educação do campo: desafios e expectativasPDF
Maria da Conceição Calmon Arruda, Lia Maria Teixeira de Oliveira173 - 186
A autonomia do educando na pedagogia de DeweyPDF
Armando Lourenço Filho, Samuel Mendonça187 - 203
Currículo: perspectivas de análise e de transformaçãoPDF
Patrícia Aparecida Bioto-Cavalcanti205 - 217

Resenhas

Linguagens e culturas infantis, de Adriana FriedmannPDF
Ligia de Carvalho Abões Vercelli221 - 224
Marxismo e Crítica Literária, de Terry EagletonPDF
Mauricio Pedro da Silva225 - 229

Revista Completa

Eccos n.33PDF

Educação não é mercadoria: setor privado precisa de uma regulamentação urgente

Presidente da UNE, Virgínia Barros diz que foco de seu segundo ano de mandato é pressionar Congresso para criação de 'superinstituto' que regule as instituições particulares no País


Depois da participação na aprovação, pelo Congresso, do Plano Nacional de Educação (PNE) - uma das principais bandeiras de reivindicação da União Nacional dos Estudantes (UNE) -, a entidade vai focar sua atuação, a partir de agora, na regulamentação mais efetiva do ensino superior privado do País.
Essa supervisão mais eficiente das 2.112 faculdades, centros universitários e universidades particulares (87% do total de instituições de ensino superior do Brasil) será possível com a aprovação do projeto de lei que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes). Isso é o que afirma a presidente da UNE, Virgínia Barros, de 28 anos.

"Quem se posiciona de forma contrária ao projeto fala que é mais um instituto que vem para inchar o Estado brasileiro e aumentar a burocracia. Eu não concordo com essa avaliação. Acho que o Insaes vem para aumentar a eficiência do próprio Estado no processo de fiscalização", afirma Vic, como é mais conhecida.

Confira, no vídeo, a posição da UNE sobre a regulamentação do ensino privado, o balanço da gestão no primeiro ano de mandato encerrado agora em junho, além de outros temas envolvendo políticas públicas, movimento estudantil, eleições e Copa:

Superinstituto
O novo 'superinstituto' do Ministério da Educação (MEC) prevê a criação de mais de 500 cargos públicos ao custo que ultrapassa os R$ 40 milhões. O Insaes passaria a assumir algumas atividades da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ambos responsáveis pela regulação do setor.
Hoje, tanto o Inep quanto a Seres sofrem com falta de pessoal e infraestrutura, o que compromente a fiscalização da qualidade do ensino ofertado pelas instituições privadas.
Contudo, o projeto - que foi apresentado pelo executivo federal em 2012 -, ainda está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. O Ministério da Educação (MEC) esperava que ele fosse apreciado ano passado para que passasse a valer a partir deste ano.
O setor privado, em geral, critica a criação e a formatação do instituto. Atualmente, o total de estudantes matriculados em faculdades e universidaes de ensino superior no País ultrapassou a marca de 7 milhões em 2012. Mais de 70% desses alunos estudam em instituições privadas.
Divulgação/UNE
A pernambucana Virginia Barros foi eleita presidente da UNE em junho de 2013
2º ano
Segundo a presidente da UNE, que também é de Garanhuns (PE) - assim como o ex-presidente Lula -, com a aprovação do Insaes será possível garantir que os estudantes tenham seus direitos assegurados.
"Não quero colocar todas as instituições no mesmo pacote, existem faculdades privadas de qualidade, mas certos conglomerados financeiros que estão por trás delas colocam a questão financeira acima da qualidade acadêmica. Educação não é mercadoria: o setor privado precisa de uma regulamentação urgente", diz Virgínia.
Atualmente aluna do curso Letras na Universidade de São Paulo (USP), a presidente da UNE, recentemente lançou uma cartilha com "regras de sobrevivência" para que os estudantes da rede privada possam ter garantidos os seus direitos. De acordo com o documento, os problemas no ensino superior particular vão da questão pedagógica à falta de infraestrutura e "abuso" no aumento das mensalidades.
"Há demissões de professores com mestrado e doutorado por que eles custam mais caro. Aos estudantes também é imposta uma série de taxas que se soma ao custo da mensalidade. Além da junção de turmas de períodos diferentes, gerando superlotação nas salas. Sem falar na ausência de produção científica nas privadas. Tudo isso tem impacto direto na qualidade", avalia Vic.





Dilma sanciona Plano de Educação, e Estados cobram mais recursos

24 de junho de 2014
Cumprimento da mais importante legislação do setor educacional para os próximos dez anos está condicionado à aplicação de novos e mais recursos federais no Ensino Público

Fonte: Valor Econômico (SP)

Com mais de três anos e meio de atraso, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado neste mês pelo Congresso e, antes mesmo da sanção presidencial - que ocorre amanhã -, Estados e municípios já condicionam o cumprimento da mais importante legislação do setor educacional para os próximos dez anos à aplicação de novos e mais recursos federais no Ensino público.
Para financiar cada uma das metas ao longo do período de vigência da nova lei foi definido um ambicioso aumento dos gastos educacionais. Com o novo PNE, os investimentos públicos no setor deverão passar dos atuais 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 10%. Esses 3,6 pontos percentuais de diferença representam um acréscimo superior a R$ 200 bilhões.
O montante vai levar a um aumento de R$ 20 bilhões por ano, ou dois terços do que foi gasto em sete anos para realizar a Copa do Mundo no país. Mas a conta não deve ficar só com o governo federal. O PNE não determina que fatia do bolo é de responsabilidade do governo federal e o que está a cargo de Estados e municípios. Isso só poderia ser feito por lei complementar, que é de mais difícil aprovação. Como não há divisão, não é possível punir os gestores públicos que não cumprirem com as metas.
Pessoas envolvidas na discussão da proposta disseram ao Valor que a expectativa é que a presidente Dilma Rousseff não vete essa meta, embora seja de difícil execução. Além do forte apelo popular do projeto, Dilma teria assim discurso para se diferenciar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que em 2001 vetou o artigo que previa investimento público de 7% do PIB em Educação até 2010. O veto de FHC pôs a perder a legislação como um todo e o PNE 1 foi considerado um fiasco, pois foi ignorado por gestores em todas as esferas de governo.
O PNE é um conjunto de 20 metas com caráter de diretrizes da Educação pública brasileira para serem cumpridas até 2024. Ao longo da década, os objetivos do plano contemplam demandas qualitativas e quantitativas da Educação infantil à pós-graduação, como criar 3,8 milhões de vagas em Creches, erradicar o Analfabetismo e universalizar o acesso ao Ensino médio para adolescentes de 15 a 17 anos.
Diante da responsabilidade de começar a pensar em como equiparar os salários dos Professores da rede pública de Mato Grosso ao rendimento médio de todos os servidores estaduais com diploma universitário (meta 17 do PNE), a secretária de Educação do Estado e dirigente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Rosa Neide Sandes, admite que está preocupada com as contas públicas.
"A Lei de Responsabilidade Fiscal entra em rota de colisão com o PNE se não conseguirmos definir como será o financiamento. Sem mais recursos federais não poderemos aumentar salários. Nós estimamos que 40%, 50% da folha de pessoal de um governo estadual são de servidores da Educação. Qualquer aumento, por menor que seja, tem impacto enorme", diz Rosa Neide.
Cleuza Repulho, presidente da União Nacional de Dirigentes Municipais da Educação (Undime) e secretária de Educação de São Bernardo do Campo, município de administração petista na Grande São Paulo, conta que o Ministério da Educação (MEC) ainda não deu sinalização às prefeituras de como será sua participação para garantir os aumentos de recursos previstos no PNE.
"Sem recurso novo não será possível cumprir o plano, principalmente aumentos salariais e a construção da carreira Docente. Hoje tem Estados e municípios que não pagam sequer o piso nacional da categoria [R$ 1.567]. A União tem que se posicionar firmemente", afirma Cleuza.
Em resposta, o ministro da Educação, José Henrique Paim, argumenta que as demandas do PNE estão alinhadas com a atuação do governo Dilma Rousseff.
O titular do MEC cita a destinação dos recursos do petróleo para o setor. Diz também que, entre 2002 e 2012, os gastos totais com Educação passaram de 4,8% para 6,4% do PIB, "com importante contribuição do governo federal". Além disso, continua Paim, o orçamento da pasta tem como prioridade a Educação básica e a obrigatoriedade de a União destinar para a Educação no mínimo 18% das receitas com tributos foi superada - esse percentual está hoje em 22,5%.
"O Plano Nacional da Educação aponta para mais investimentos em Educação, já estamos fazendo isso. O PNE aponta mais recursos de União, Estados e municípios. Queremos [todos os entes federados] chegar a 10% do PIB, o investimento é das três esferas, vamos discutir, fazer uma grande pactuação", afirma Paim.
O ministro destaca ainda que a discussão sobre o PNE não pode se resumir apenas a financiamento. Segundo ele, Estados e municípios precisam elaborar seus respectivos planos estaduais e municipais de Ensino em linha com a nova legislação nacional.
"De nada adianta um plano nacional, se nos níveis locais não existe planejamento. Todos os Estados e 3.111 municípios fizeram adesão ao plano de ação do MEC para criação dos planos estaduais e municipais. Mato Grosso, Distrito Federal e Maranhão encaminharam seus planos para aprovação nas assembleias legislativas e uns dez Estados têm planos aprovados, que só precisam de adequação em relação à legislação nacional", comenta Paim.
A secretária Rosa Neide, do Mato Grosso, informa que o Consed organizará, em agosto, um evento com todos os secretários estaduais de Educação, representantes da Undime e do MEC para discutir como as políticas educacionais existentes hoje dão amparo as regras estruturantes do PNE. "Vamos começar a discutir de forma mais objetiva um verdadeiro sistema nacional de Educação que tenha normas regulamentadas à luz do PNE. Vamos apresentar à Undime e ao MEC um calendário para começar, a partir de agosto, as discussões sobre a estruturação desse sistema", diz Rosa Neide.
Cleuza Repulho, da Undime, lembra que essas discussões devem contemplar, inicialmente, a regulamentação de vários pontos do PNE. "Não é só a sanção que é importante. Em primeiro lugar quando será a regulamentação da lei como um todo? Algumas metas não precisam de regulamentação, mas outras sim, e isso depende do governo federal, basicamente. Agora, no meio da Copa do Mundo, e diante de um segundo semestre com eleições, essa discussão já começa atrasada, ficará para o ano que vem", alerta Cleuza. 

O papel do professor na era da internet

"Novos procedimentos didáticos devem privilegiar a construção coletiva de conhecimentos mediada pela tecnologia, tendo o professor como partícipe proativo", afirma Gabriel Mario Rodrigues

Fonte: Correio Braziliense (DF)

Manuel Castells Oliván, sociólogo espanhol, Professor que domina os aspectos relacionais da internet, consegue reunir em suas plateias nunca menos de mil pessoas. Em encontro realizado em Porto Alegre, foi aplaudido de pé ao finalizar a sua conferência sobre o tema “Ocupação dos espaços públicos como parte fundamental das redes de indignação e esperança que nascem na internet”.
As manifestações populares que vêm ocorrendo no Brasil desde junho de 2013 têm muitas similaridades com as que surgiram ao redor do mundo. Sobre esse aspecto, Castells observou que, apesar dos contextos distintos, esses movimentos têm mais semelhanças do que diferenças. Para ele, há um padrão em todas essas ações, orientado para a ocupação dos espaços públicos, como é o caso da materialização da revolta com interação constante entre o físico e a internet.
Provocador por princípio, desfruta de imensa aceitação quando fala e escreve sobre o mundo virtual. Hispânico da gema, gosta de afrontar e desafiar públicos. Entre acadêmicos e estudantes, recebe simpatia graças à sua trajetória dedicada à Educação. No Brasil, foi entrevistado por diversas revistas de circulação nacional. No programa Roda Viva, ao analisar o sistema de Ensino na era das redes, destacou a preocupação que deve existir quanto à obsolescência da Educação.
Em recente vídeo-documentário-depoimento exibido pelo YouTube, Castells enuncia um ponto pacífico: as Escolas, em todos os níveis, incluindo as universidades, têm uma função percebida: a aprendizagem de habilidades. Porém, têm outra intrínseca, não visível, que é a transmissão dos valores dominantes e das formas de poder — que não têm nada a ver com a pedagogia, mas sim com as normas e processos de se conviver em sociedade.
Ele é firme ao dizer que as Escolas hoje são obsoletas porque insistem numa pedagogia baseada na transmissão da informação, mas que inexiste tal necessidade, pois toda a informação está na internet. Castells enfatiza que as Escolas precisam ser capazes de dar poder intelectual e critérios próprios aos Alunos, mas que, antes de tudo, precisam transmitir critérios de buscas e combinações das informações, mediante projetos intelectuais pessoais e profissionais de cada Aluno.
Castells é taxativo ao afirmar que todo o sistema educacional hoje é retrógrado, pois não dá poder ao Aluno, tornando-o objeto submisso, sujeito a aprender só o que o Professor transmite. A observação cai como um petardo, pois hoje os Alunos competem com os Professores, não porque leem mais, mas porque passam mais tempo na internet e dominam as tecnologias e as redes sociais. Todo mundo tem acesso à informação, que não é escassa nem restrita como no passado; por isso, a função do Professor muda completamente.
Muitas Escolas e Professores proíbem o uso do computador, do tablet e do smartphone durante a aula, justificando serem distração, quando, na verdade, há a preocupação do desafio constante: a comparação do que o Professor está falando com as informações obtidas na internet, que podem facilmente ser confirmadas, confrontadas ou apresentarem nova versão. O Educador, nesse cenário, precisa habilitar-se para ajudar o Aluno a refletir, o que é muito mais difícil do que simplesmente passar o mesmo conteúdo todo semestre. É nessa transformação que muitas Escolas estão interessadas.
Se o bullying é cada vez mais presente e devastador nas redes, se o plágio é cada vez mais presente nos trabalhos Escolares, se os Alunos estão cada vez mais viciados em jogos eletrônicos, se o multitasking é cada vez mais frequente, a Escola não pode ficar indiferente a essa realidade.
Se, por um lado, o estudante tem mais fluência digital, por outro, ainda não sabe conectar informações e compra gato por lebre. É nesse contexto que novos procedimentos didáticos devem privilegiar a construção coletiva de conhecimentos mediada pela tecnologia, tendo o Professor como partícipe proativo e agente intermediador do processo.
Segundo Castells, a mudança significa romper com as relações de poder da Escola e instaurar um espaço colaborativo e não hierárquico para o qual, infelizmente, na maioria esmagadora dos casos, no Brasil, a capacitação de Professores ainda é um sério problema a superar. 

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ultimasnoticias_geral/33,104,33,99/2014/06/24/professor_interna,434249/artigo-o-papel-do-professor-na-era-da-internet.shtml

Alguns sites disponibilizam grandes acervos de livros e outros documentos para download gratuito na internet.

Alguns sites disponibilizam grandes acervos de livros e outros documentos para download gratuito na internet. 

Acesse os seguintes links e aproveite!

 1. http://www.gutenberg.org/wiki/PT_Principal

 2. http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes.html

 3. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do 

 4. http://www.wdl.org/pt/ 

 5. http://www2.senado.gov.br/bdsf/ 

 6. http://noticias.universia.com.br/tag/livros-grátis/

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Particulares sem qualidade

23 de junho de 2014

"Só 14% das escolas privadas têm infraestrutura adequada. Migração da nova classe média para elas afeta ensino público e não garante melhoria", afirma Antônio Gois

Fonte: O Globo (RJ)
Um levantamento feito pelo movimento Todos Pela Educação e publicado no GLOBO mostrou que 96% das escolas da rede pública não tinham infraestrutura totalmente adequada para funcionar. São estabelecimentos que, de acordo com o Censo Escolar do MEC, não dispõem de ao menos um dos itens que o recém aprovado Plano Nacional de Educação estabelece como necessário para todos os colégios públicos. São eles: água tratada e saneamento básico, energia elétrica, acesso à internet em banda larga, acessibilidade para pessoas com deficiência, bibliotecas, espaços para práticas esportivas, acesso a bens culturais e à arte e equipamentos e laboratórios de ciências.
Uma leitora, diante de notícia tão alarmante, questionou: será que o quadro é muito melhor na rede privada? Dados fornecidos pelo Todos Pela Educação à coluna mostram que não: 86% dos colégios particulares também não dispõem integralmente desses itens. O equipamento que mais falta na rede paga é laboratório de ciências, encontrado em apenas 21% dos colégios. No setor público, a proporção é de 8%.
Quando analisamos as causas do mau desempenho de nosso sistema de ensino, a tendência é olharmos apenas para a rede pública, que concentra mais de 80% das matrículas. A rede privada, no entanto, é bastante heterogênea. O topo do ranking do Enem é dominado por colégios particulares de elite, mas, como mostra um trabalho do pesquisador da USP Ocimar Alavarse, 52% das escolas pagas do país tiveram no Enem média abaixo de 560 pontos. Essa pontuação dificilmente credencia um estudante a uma vaga nos cursos superiores mais disputados.
Analisar com cuidado os dados da rede privada é importante num contexto em que as matrículas no setor crescem. De acordo com o censo escolar do MEC, de 2007 a 2013, houve aumento de 35% no número de alunos em colégios particulares da educação básica, enquanto os públicos registraram queda de 11%.
Uma explicação plausível é que uma parcela da chamada nova classe média, que até então mantinha seus filhos na rede pública, pode estar optando pelo ensino privado, graças à melhoria na renda. Por um lado, o fenômeno é positivo, pois mostra que essas famílias valorizam a educação e estão dispostas a fazer um sacrifício financeiro para tanto. O problema é que a promessa de qualidade de ensino melhor pode não se concretizar em boa parte das escolas que atenderão essa clientela recém-saída da rede pública.
Os efeitos desse movimento serão percebidos também no ensino público. Os pais que, ao primeiro sinal de aumento na renda, transferem seus filhos para a escola particular são, provavelmente, também os que mais valorizam a educação e mais cobram e colaboram com professores e diretores em busca de uma melhor qualidade de ensino.
O aprendizado não depende apenas da qualidade do professor ou da infraestrutura da escola. É o nível socioeconômico das famílias que, segundo estudos, mais influencia o desempenho dos estudantes. Além disso, é preciso considerar que as crianças aprendem também entre elas, no que é chamado de efeito entre pares. Se os melhores alunos da rede pública migram para a particular, isso afeta o desempenho das crianças que permanecem nas escolas estatais.
Ao fim, no entanto, a mais preocupante das consequências desse movimento é reforçar o estigma de que, no Brasil, escola pública é lugar só para pobres.

http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/particulares-sem-qualidade-12973047

domingo, 22 de junho de 2014

22_06_2014 Lei da Palmada e notícias da educação

ANÁLISE SOBRE A LEI MENINO BERNARDO – TAMBÉM CONHECIDA COMO A LEI DA PALMADA

"Uso de tecnologia na educação precisa ser muito bem planejado", diz executivo da Intel

Após 55 dias, acaba a greve dos trabalhadores em educação de Contagem

Educação no Brasil é um "negócio da China", aponta jornal The New York Times

USP e Unicamp estão entre as 10 melhores universidades dos Brics

Com investimento de R$ 4,9 mi, Educação inaugura creche e escola no Vale do Paraíba

Dilma promete 12 milhões de vagas na segunda etapa do Pronatec

Docentes e servidores de institutos e universidades federais mantêm greve

Opinião: A missão do PNE é de todos nós


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